Acontece desde terça-feira (22) quando foi lançado no Encontro dos Rios a Exposição Fotográfica que chama a atenção para o consumo consciente em relação a água e para a violência contra a mulher.
Algo que segue o projeto "Orinoco - águas que atravessam fronteiras" que tem refletido, também, em outros lugares.
O tema é "Mulheres são como rios crescem quando se juntam" e a ideia surgiu em uma roda de conversa no dia 08 de março deste ano. Histórias e retratos sendo um trabalho de agentes Cáritas.
A Cáritas Arquidiocesana de Teresina sempre participa de campanhas de arrecadação de donativos, possui voluntários e os capacita. Trata-se de uma Organização Não Governamental (ONG). A igreja Católica apresenta-se como a primeira instituição a acolher os imigrantes venezuelanos em Teresina.
A assessora de Comunicação da Cáritas Teresina, Crys Machado, diz "Águas que atravessam fronteiras é devido ao rio Orinoco na região que elas moravam. Mulheres como águas que se juntam." Conta "Hoje, a água delas é da Águas de Teresina; encanada. Através do projeto colocamos bebedouros para que tenham água potável. Elas e eles! São famílias que estão nos abrigos. Os abrigamentos são cedidos pelo Governo do Estado e a questão da alimentação: a Prefeitura entrega para eles uma cesta básica por semana; uma por família." Ressaltando que se organizaram para março pela união do dia das mulheres e da água.
A exibição encontra-se agora, no Centro Pastoral Paulo VI, 3200, na avenida Frei Serafim próximo a ponte Juscelino Kubitschek. E no dia 28 e 29/03, no Shopping da Cidade das 09 às 17 horas e dia 30 e 31/03 no Colégio Diocesano, mesmo horário.
Expor em fotografias é uma ação da Rede Cáritas com parcerias do Escritório de População, Refugiados e Migração (PRM), do Departamento de Estado dos Estados Unidos da América, de voluntários e fotógrafos.
O enredo parte da história de mulheres migrantes que saíram do seu país e vieram para o Brasil. Algumas vivendo em abrigos desta capital. E mostra a relação delas com a água e a força que cada uma delas precisa buscar, diariamente, para continuar. E para não deixar que suas raízes se apaguem.
O fotógrafo Maximiano Bonfim explica "Foi uma experiência nova para elas. Porque na hora que a gente faz o registro a gente mostra. Algumas falam espanhol, outras warao. Elas ficam felizes! Tem umas que dão uma gaitada. A gente não sabe o que elas estão falando mas a gente sabe que é uma coisa boa."
A assessora técnica regional de proteção, Luciana Fontes, explica: "Na nossa sociedade da convencionalidade a gente ainda vive numa estrutura bastante patriarcal e machista. E quando se pega este contexto para a comunidade indígena isto é mais enraizado. Então, elas procurarem o caminho; ter fala, o empoderamento delas; dentro da própria comunidade é difícil e complexo." Acrescentando que muitas casaram muito cedo; aos 14 anos de idade. E que mesmo novas: possuem em média 6 filhos.
Luciana descreve "E quando a gente traz para estas atividades que elas estão juntas com outras mulheres. Dando voz, proporcionando espaços: elas podem falar!"
A fotógrafa Carla Machado declara "Foi um trabalho de grande relevância pra mim, pois pude retratar, a força dessas mulheres migrantes, que diante de tantas adversidades e mudanças, conseguiram se manter firmes, especialmente em seus valores culturais."