Um dia após incluir adolescentes entre 12 e 17 anos, sem comorbidades, na vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde recuou e suspendeu a imunização destinada a menores de idade. Inicialmente, o governo federal pretendia vacinar 20 milhões de pessoas desse público.
Em nota técnica enviada às secretarias de Saúde, a pasta informa que “revisou” a recomendação. Como justificativa, o ministério mencionou que a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela Covid-19 demonstra evolução “benigna” e permanece assintomática.
O texto foi publicado no sistema do Ministério da Saúde às 21h30 de quarta-feira (16), ou seja, menos de 24 horas após o início da campanha para esse público.
De acordo com o portal, apesar desse público não representar o maior volume de hospitalizações e de casos graves desde o início da pandemia, crianças e adolescentes respondem por 2,5% das internações e 0,34% das mortes até agora, segundo projeções do presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Renato Kfouri.
O Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) defende a imunização desse público. “A vacinação de todos os adolescentes é segura e necessária, priorizando neste momento aqueles com comorbidade, deficiência permanente e vulneráveis, como os privados de liberdade e em situação de rua. Havendo quantitativo de doses suficientes para atender a estas prioridades, deve imediatamente ser iniciada a vacinação dos demais adolescentes”, informa, em nota.