Enquanto Flávio e Carlos já ocupam espaço de destaque nos esforços para a reeleição do pai, o presidente Jair Bolsonaro, Eduardo está afastado das estratégias para reconduzir o mandatário ao Palácio do Planalto e ainda não recebeu qualquer atribuição dentro do comitê de campanha. Segundo aliados do presidente, o motivo para isso não é à toa: o deputado federal é visto como o mais radical dos irmãos e pode inflamar Bolsonaro durante as eleições.
No grupo que concentra os esforços para a reeleição do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é apontado como o principal estrategista do pai e coordena os trabalhos junto ao presidente do PL, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, e ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do PP.
Os irmãos, Carlos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente da República, Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução
Vereador pelo Rio, Carlos Bolsonaro (Republicanos), por sua vez, continuará tomando conta das redes sociais do presidente durante toda a campanha, assim como fez em 2018. Mesmo que Bolsonaro contrate um marqueteiro, acatando o desejo de seu comitê de campanha, a supervisão de suas plataformas virtuais se manterá sob responsabilidade do 02, como é conhecido entre os irmãos.
A Eduardo restou o papel de ser o grande puxador de votos de correligionários do pai e de aliados. Ele disputará a reeleição à Câmara por São Paulo e espera repetir o feito de 2018 de ser o deputado federal mais votado do país. Na época, o parlamentar se elegeu com 1,84 milhão de votos.
No entorno do presidente, há um receio de que a participação de Eduardo na campanha do pai inflame os discursos de Bolsonaro e aumente ainda mais sua rejeição com parte do eleitorado. Isso porque o deputado é próximo do ideólogo de direita Olavo de Carvalho e de aliados do ex-presidente americano Donald Trump, além de outros membros da ala conservadora do governo.